20 de dezembro de 2010

CREPÚSCULO




Não sei se assumo o cansaço ou
Se insisto em erguer
A taça e bebo o vinho...

Nem sei se me empolgo,
Divirto-me ou
Deixo como está: mormaço...

Acostumando-me a ninguém,
Aceitando doses de ‘nada’,
Delicadamente e simplesmente
Assumindo o ‘assim é’...

Não sei se já soube
E, já nem sei se hoje sei,
Ou se, por mais algum instante,
Será...

Viajo na embriaguez,
No dilúvio de nós dois...
Admitindo o fato
Irremediavelmente consumado,
Ancorando a solidão
Do barco sem remos
E velas amareladas
À sombra, no cais,
No anoitecer de águas turvas e
Silenciosas...

(VALéria CRIStina)

Um comentário:

Alfredo Rangel disse...

Viajo na embriaguez,
No dilúvio de nós dois...
Do barco sem remos
E velas amareladas
À sombra, no cais

Deixa que as ondas nos embale e que o fato se consuma...

beijo