Não quero depender de ti
Do teu cheiro, teu chamado, tua chama
Não!
Não quero buscar-te em sombras
Em solos áridos ou salas de espera
Não!
Não vou contar meu tempo
Pelos momentos que me doas
Que eu me entrego e te recebo
Não!
Não vou abrir a porta
Na verdade não mais me importa
Se tu chegas ou vais embora
Vou virar a página
Pular a corda, dobrar esquina
Ser baton em boca de menina
Saia justa, salto alto e meia fina
Fazer amor na cama, na mesa,
Na lua, no mato, no mar
Em qualquer lugar
Onde alguém me peça para ficar
Não!
Não quero depender de ti
Mas, se dependesse de mim
Voltaria a página
Dobraria o mundo
Abriria a porta
Convidar-te-ia para entrar
E, finalmente em teus braços
Sentirias o quanto
Preciso depender de ti...
Amo-te!!
(Val)
Um comentário:
Lindo o poema. Não depender é exatamente entregar-se. Entranhar-se, desanvergonhar-se, desvirginar-se do que fizeram da gente. A sala de espera e o solo árido é uma ponta de lápis quebrado. É melhor virar a página, sujar o dedo do melhor batom, e viver a branca estrada do amor que nos chega ao dobrar da esquina em nosso olhar...
Lola
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